25/04/2011

Querida Infância

abril 25, 2011 1 Comments
Por @QueridaInfancia

Sempre que brigava com meus pais, planejava fugir de casa com minhas coisas.

Torcia para o Tom e Jerry ficarem amigos.

Já plantei feijão no algodão.

Grudava o chiclete nos dentes para fazer de conta que era aparelho.

Quando ia para a escola com tênis novo todos pisavam nele para estrear.

Assoprava os cartuchos de vídeo-game para funcionar novamente.

Já fingi que estava dormindo no sofá da sala só para os meus pais me levarem no colo pra cama.

Jogava Super Mario World, Super Mario Kart, Doonkey Kong e Mortal Kombat no Super Nintendo.

No primeiro dia de aula a professora sempre pedia pra fazer um desenho ou redação sobre as férias.

Ficava até tarde da noite brincando na rua.

Tive Iô Iô da Coca Cola que acendia luzinha.
















Apertava a campainha dos outros e saia correndo.

Pedia a professora para ir no banheiro e minha vontade mesmo era só passear.

Na escola, pelo menos uma vez por semana era cantado o Hino Nacional.

Torcia para os personagens do Caverna do Dragão conseguirem ir pra casa.

Colocava um travesseiro debaixo da camisa para fingir que estava grávida.

Ficava procurando as letras do meu nome na sopa de letrinhas.

Brincava de Pega Varetas e sempre tentava pegar a preta porque valia 50 pontos.

Deitava na rede, fechava ela e pedia pra alguém me balançar bem alto.

Pensava que seu eu comesse espinafre ficaria forte igual ao Popeye.

Quando a professora entrava na sala de aula eu grudava o chiclete debaixo da carteira.

Falava que Tic Tac era remédio.

Saia correndo quando batia o sinal na escola para ser a primeira da fila na cantina.

Quando viajávamos sempre abanava para os carros que ficavam para trás.



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18/04/2011

O 129º aniversário de Monteiro Lobato

abril 18, 2011 1 Comments


Como sempre, o Google nos surpreendendo com as suas homenagens exclusivas e históricas. Hoje, Monteiro Lobato comemora o 129º aniversário e quando se fala neste grande escritor, lembro com verdadeiro carinho dos livros infantis e o inesquecível Sítio do Pica Pau Amarelo.

José Bento Renato Monteiro Lobato, contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.

Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.

Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.

Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sábia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.

Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.

Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.

No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.


A vida da gente é isso, um rosário de piscadas.
Pisca e ama, pisca e anda, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e rí, pisca e beija.
Piscar é abrir e fechar os olhos.
É, ou não é?

(Estórias de Emília - Monteiro Lobato)




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08/04/2011

Por que passamos a maior parte da infância tentando ser adultos?

abril 08, 2011 1 Comments


Ah, como eu queria ter meus dezoito anos para poder fazer a carteira de motorista, estudar a noite e sair pra balada com os amigos. Ter o meu próprio quarto zelando minha privacidade, um emprego pra poder comprar minhas roupas, sapatos e o que for. Por que será que passamos boa parte da nossa infância querendo ser adultos se na infância é tudo mais fácil e divertido? Podíamos esquecer tudo e simplesmente ser felizes. As brigas eram bobas e sem rancor, passavam dois minutos e tudo virava brincadeira novamente. O amor era inocente e se, de repente, parecesse que o mundo iria acabar, podiam nos dizer que amanhã tudo iria passar, porque realmente iria passar. Bom mesmo era ir no banco de trás do carro e tirar aquela soneca gostosa ou deixar o vento bater na cara e curtir tudo que estava a minha volta. Sem dúvida, bom era brincar na rua até a noite de pega-pega, esconde-esconde  e bets. Não éramos apressados, manipuladores e falávamos pouco dos outros, porque isso são coisas que adquirimos ao longo da vida. Seguíamos a lógica natural da vida e fazíamos só o que realmente sentíamos e que acreditávamos ser verdadeiro. Por que? Porque só percebemos a beleza de tudo depois que ela já nos deixou, mas ela sempre deixa marcas, por menores que sejam, estarão sempre lá.




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