Criado em Bragança Paulista pelo farmacêutico Cândido Fontoura em 1910 para ajudar a esposa que tinha uma saúde bastante frágil. O Biotônico Fontoura ganhou fama principalmente no inteiror, onde o povo padecia dos chamados "males da terra" e não tinha recurso para ir atrás de um tratamento melhor. A fórmula, rica em ferro, era anunciada como sendo antianêmica, passou de xarope caseiro para um fortificante de produção em massa, conseguindo espaço em muitos lares.
Quem deu uma força para o fortificante foi Monteiro Lobato, amigo do Cândido Fontoura e, que inclusive foi o responsável pela escolha do nome do novo produto. Além de padrinho, o escritor também era o maior marketeiro, criando um dos maiores garoto-propaganda da história, o que ajudava a vender: Jeca Tatu. O caboclo vivia em um casebre com sua família fraca e triste, em situação de abandono pela saúde pública. Não tinha comida com "sustança", higiene e forças para trabalhar. Quem o via rotulava como grande preguiçoso e Monteiro Lobato rebatia que ele não era assim, ele está assim. Jeca Tatu sofria de "amarelão", o nome não científico para uma doença chamada ancilostomíase, transmitida por parasitas que chegavam ao corpo humano através da falta de saneamento básico.
Vendo a invenção do amigo farmacêutico, Lobato resolveu fazer parceria, sendo assim, nasceu o "Almanaque do Jeca Tatu", publicado pelo Laboratório Fontoura, ensinava em linguagem simples o ciclo do parasita que causava o "amarelão", a prevenção e como manter a saúde. A resposta para tudo isso, lógico, era tomar Biotônico Fontoura.
O frasco escuro e de rótulo verde encontrou o fim definitivo em 2001, quando a Anvisa obrigou seus responsáveis a mudarem a fórmula, pois consistia em 9,5% de álcool. O resultado é que continuo viva, forte e saudável até hoje, a colherada exageradamente cheia que esperava das mãos da minha vó e o gostinho da fórmula ainda está gravado pra sempre em minha memória.
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