Quando era pequena tinha uma Susi linda e querida. A gente não tinha tantos brinquedos quanto nossos filhos tem hoje e essa boneca era especial. Eu morava com meus pais e minha irmã em um prédio pequeno, com dois apartamentos por andar. Nós no 301 e nossa melhor amiga no 302. E somos amigas até hoje, mas agora a distância não é de um corredor e sim da ponte aérea. Nem preciso dizer que três meninas entre 6 e o 8 anos não se desgrudavam, não é? Quando não estávamos na casa de uma, estávamos na da outra. As portas viviam abertas.
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Até que, na data marcada, a sogra da noiva que não tinha uma Susi para chamar de sua resolve fazer um adendo ao contrato de casamento: "Depois de casados não poderemos separá-los. Um dia ele dormirá na sua casa e no outro dia ela dormirá aqui!". Peralá! Como assim? Você quer dizer que minha boneca favorita não será mais minha? Ah, não. Aquela pequena que sofri as dores de tirar as travas de segurança da caixa? Quem irá pentear seus cabelos dourados? Quem dormirá com ela aos pés da cama? Quem experimentará roupinhas de crouche feitas pela vovó? Quem irá alimentá-la com as delícias de vento servidas em pratos de plástico da China? Ah, não. E foi assim que uma brincadeira de criança inspirou Holywood, quando minha Susi tornou-se a "Noiva em fuga".
Claro que comemos o bolo, mas desta vez não houve casamento. Este aconteceu apenas anos mais tarde, quando a linda boneca apaixonou-se perdidamente por um moreno alto, bonito e sensual. Sarado, como diríamos hoje, com um abraço protetor e acolhedor. E o melhor, era da minha irmã, assim, continuariam morando no mesmo armário de brinquedos, só mudariam de prateleira. O príncipe com sorte desta vez era o Peposo, um lindo ursão de pelúcia.
E viveram felizes para sempre.
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