22/02/2010

A casa da minha avó

 


Imagem de Irma Gruenholz
 
 

A casa da minha vó era parada obrigatória todos os domingos, era lá que víamos todos os parentes e matávamos as saudades. A casa era cheirosa, a essência daquela residência quase mística era sempre a mesma, uma mistura de sagu de vinho com cravo e canela que combinava muito bem com o cheiro do pomar carregadinho de frutas. Lembro do baita pé de uva que tomava conta de um varal e bem embaixo dele insistíamos em jogar futebol, mesmo levando bronca do vô que ficava numa cadeira de balanço logo a fente da porta dos fundos da casa. O único lugar que não podia jogar a bola era nos canteiros feitos de pedras, onde tinha rosas, hortências e uma variedade incrível de verduras e todos respeitavam mesmo.

Tudo era muito limpinho que até brilhava. Mas lá não tinha aquela neura de manter tudo limpo, pois lá podíamos tudo, até mesmo quando fosse pra lá, a primeira coisa que fazia era ver que doce tinha em cima da mesa, sem mesmo cumprimentar as pessoas. E essa era a melhor parte da casa, porque lá é que saiam os bolos de milho, as sopas de figo e os queijos caseiros. Era uma mesa comprida que também servia para pôr casinhas e prédios feitos de dominó, carrinhos e bonecos.

O baú de briquedos era uma festa, lá era mais divertido do que aquele que tínhamos em casa. Tinha para todos os gostos e minha brincadeira predileta era trocar as roupinhas das bonecas e fazer dos móveis a repartição de uma casinha.


 

Na estante da sala tinha duas portinhas cheias de gibis e livros infantis, lá me perdia por horas a fio e os olhos escorregavam de vez enquando para assistir os imperdíveis filmes da sessão da tarde quando passávamos as férias lá.

E o pomar? Ah, o pomar! Lugar mágico para as brincadeiras mais legais da face da Terra. Lá é que a imaginação aflorava, onde as árvores gigantes viravam espaçonaves, aviões e até mesmo navios imensos que resgatam pessoas depois de um trágico acidente. Lugar das brincadeiras clássicas que toda criança adora como esconde esconde, pega pega e pega ladrão.

A casa da minha vó tem cheiro de infância.



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Um comentário:

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