22/03/2010

O que você vai ser quando crescer?


Desde quando eu tinha uns 4 ou 5 anos, a pergunta "o que você vai ser quando crescer?" me assola. Os anos passaram e ela nunca mudou. Nem uma palavrinha sequer, mesmo quando eu parei de crescer, literalmente, aos 14 anos.

Quando eu era criança sempre respondia que seria professora. Do que eu não sabia, mas era o que respondia com toda a minha certeza, a mesma que dizia que 2 x 6=12. Ou seria 13? Eu amava a escola, minhas notas eram ótimas, e no meu mundo era aquilo que predominava: aula. Eu brincava com a matéria, queria ensinar aos vizinhos, aos bichos de pelúcia, a todo e qualquer ser que entrasse em me quarto.

Quando a gente faz parte desse mundo mágico tudo é possível. Naquela época, nossos amigos seriam astronautas, jogadores super famosos de futebol, atores internacionais, cantores, dançarinos, etc. Não administradores chatos, muito mesnos engenheiros maçantes.

Quando somos crianças, queremos transportar para a profissão a mesma alegria e entusiasmo que sentimos enquanto brincamos. Lembro-me do meu primo, um ano mais velho que eu, ele sempre dizia a todos que seria o motorista do ônibus e eu a cobradora. O pensamento era simples: “Imagina o tanto de dinheiro que iremos ganhar todos os dias? E ainda podemos levar as nossas mães para passear”. Simples, feliz e inocente. Hoje em dia ele vive em outro país, e vê a mãe no máximo uma vez por ano. Outra amiga minha dizia que seria lixeira, assim poderia passar todo dia em frente à casa dela para dar um tchau a mãe. Percebe o objetivo? Dar um simples aceno a mãe. Todos os dias. Isso sim é puro, fácil. Isso traz felicidade.

Os anos foram passando e meu interesse por matemática também. Mas teve algo que nunca mudou: minha adoração por Português. No auge dos meus 12 anos, facilmente, conclui que seria jornalista. Foi fácil por que eu ainda não tinha conhecimento da concorrência para se passar em uma faculdade pública. E foi isso que me fez desistir da profissão aos 16 anos. Triste e ainda mais sem jeito para matemática, física e química, acabei optando por Turismo, mesmo não sendo a minha praia. Aliás, eu tentei quase um “leque de opções”, nada que iria me satisfazer por completo, mas ainda assim viáveis. Turismo, publicidade e propaganda, cinema, educação física. E jornalismo ficou escondido em algum canto entre a infância e a adolescência.

Passei em quase todos os cursos, acabei optando por educação física e o óbvio aconteceu: desisti no primeiro ano. Não levava jeito algum, e era por vezes a piada da sala. Mas essa experiência, um tanto quanto desastrosa, me rendeu bons frutos. Além dos conhecimentos em anatomia (que eu amei, mas nunca mais irei usar na vida), e os poucos e bons amigos que fiz, cursar algo que “não tinha a minha cara” me mostrou o quanto é ruim estarmos em um grupo que não é nosso. É improdutivo, cansativo, e diria mais: depressivo.

Aos 20 voltei para o tão torturante cursinho, e adivinhem só: agora é jornalismo. Mesmo sendo um dos mais concorridos, mesmo que não precise mais de diploma, mesmo que qualquer coisa aconteça no mundo eu vou dizer “Dá licença? É o meu sonho aqui e eu vou lutar por ele."
 
 
E você? O que você sonhava em ser quando crescer?
 
 
 
..Vivendo e não aprendendo..
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2 comentários:

Djonatha Geremias disse...

Nossa, além de me identificar com o blog, ainda me identifico com a autora...

também sou jornalista, apesar dos pesares...

Concordo com tudo que você disse.

Forte ABRAÇO!

Helaina Carvalho disse...

Bom, eu sou bióloga, mas adivinha... acho que seria melhor Jornalista!! ^^
Entretanto cheguei um tanto longe pra voltar agora... (tenho 26 anos e estou indo para o mestrado) mas sempre sinto falta das palavras!

Obrigada pelo post!
Seu blog também é ótimo!
Desde o tema... layout... simplesmente maravilhoso!!
Amo muito e nunca vou esquecer minha infância 80/90.. :)

Vou sempre passar por aqui pra conferir as novidades!! E seu blog tem um cantinho no especial no meu.. coloquei vc na lista dos blogs que indico! Sempre que tiver postagem nova vc aparece lá tb!! Assim fica até mais fácil de te acompanhar! :)

Beijinhos;