20/05/2008

É difícil acreditar que estejamos vivos até hoje

É ou não é? Nem vem com aquele papo de que é tudo igual, não é mesmo. Se você é um destes sobreviventes, parabéns amigo (a), pois você viveu os seus mais belos anos. Muitas coisas mudaram e deixaram saudades, sabe por quê?

Viajávamos de carro sem cinto de segurança, ABS ou Air Bag.

Os vidros de remédios ou garrafas de refrigerante não tinham nenhuma tampinha especial.

As bolinhas de gude vinham sem instruções de uso.

Nós bebíamos água da chuva e da torneira e nem conhecia água engarrafada.

Andávamos de bicicleta sem nenhum tipo de proteção.

Passávamos a tarde construindo pipas e carrinhos de rolimã, nos jogávamos ladeiras abaixo e esquecíamos que não tínhamos freios, até dar com a cara na calçada ou em uma árvore. E depois de muitos acidentes de percursos, aprendíamos a resolver os problemas sozinhos.

Nas férias, saíamos de casa pra brincar de manhã e voltávamos só a noite.Muitas vezes, os pais nem sabiam onde estávamos e por mais incrível que pareça não existia celular para nos encontrar.

Quantos machucados, braços quebrados e dentes moles dos tombos, ninguém denunciava ninguém, eram acidentes de moleques e muitas vezes não encontrávamos o culpado.

Janelas quebradas, vasos partidos, jardins destruídos, bola no terreno do vizinho, esconde-esconde à noite, o volei fazendo de conta que o portão era a rede, os trabalhos de escola na casa dos amigos e íamos sozinhos de a pé ou bicicleta.

Não existia Nintendo, Playstation, TV à cabo, Internet, tínhamos simplesmente amigos.

Inventávamos jogos com cartas, pedras e feijão.

Alguns alunos não eram tão inteligentes quanto os outros e tiveram que refazer a 2ª série novamente. Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano se não estudasse. As professoras eram mais rígidas, não podia mascar chicletes, chegar atrasado, correr demais na hora do recreio ou matar aula pra jogar bola no campinho.

Não tinha essa história de conselho tutelar, tinha sim uma baita diretora e se não obedecesse levava advertência e um baita puxão de orelha dos pais.

Os nossos pais eram do lado das leis, quando passávamos das regras, as iniciativas eram nossas e as consequências também. Se nos comportássemos mal, íamos de castigo e nenhum dos nossos pais foram presos por isso. Sabíamos que quando era não, era "NÃO" mesmo.

Nós ganhávamos presentes só no Natal e no aniversário, não cada vez que íamos no mercado. Nossos pais davam presentes por amor e não por culpa. Nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo que queríamos.




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