Por Rodrigo Karagan
Extraído de uma comunidade no Orkut - Que saudade do meu Playmobil
"Ontem brinquei com os meus, mas não é a mesma coisa. Deu vontade e espalhei minha caixa na cama tentando recriar alguma estória. Não deu certo, porque a imaginação não é mais a mesma. Na verdade, o problema nem é com capacidade, mas com um certo "compromisso" que assumimos quando viramos gente grande. Tive uma sensação estranha, algo entre ridículo e embaraçoso, não quis que me vissem, me escondi.
Não conseguia fazer as falas e nem os ruídos, eu ria de mim mesmo ao me ver fazendo aquilo. É estranho como um adulto pode se sentir bloqueado pelo olhar de outros, como se brincar carregasse uma certa culpa ou distúrbio. E isso, comigo estando em casa, entre parentes. Mesmo assim tive que fechar a porta do quarto e ficar de alerta para não ser pego em cheio. Seria um constrangimento? Preferia acreditar que não, mas tenho que admitir que sim.
Eu olhava aquelas carinhas sorridentes e os bracinhos abertos que não poderiam se mexer independentes de mim e, puxa, acho até que eu poderia ter chorado. Como era bom brincar com Playmobil! Nossa, que saudade dos fins de tarde, bem depois da escola, antes do banho e da mãe chamando para o jantar, aquele instante em que você ouvia os ruídos da panela de pressão chiando e o rádio tocando musiquinhas que você não conhecia. E minha mãe cantando na cozinha enquanto meu pai fazia pequenos consertos nos móveis ou objetos domésticos. Eu deitava no chão fresquinho da sala e sabia que ali o meu mundo era perfeito. Incrível!
Juro que vou brincar mais vezes. Não, não por saudosismo, mas para nunca esquecer desses momentos. E para que eu não precise mais me esconder para fazer coisas que gosto e que não prejudicam e nem dizem respeito a ninguém. Talvez até recuperar um pouco de inocência, de leveza de espírito, por que não? Percebi que essas travas podem ser superadas. Nunca tive problemas com meu lado "infantilóide", não colecionar, mas brincar mesmo com playmobil já fazia bem uns 16 anos. É o playmobil indiretamente me ensinando a viver. Obrigado, meu brinquedo preferido, te adoro muito!"
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